CRISTIANE CAPUCHINHO
Colaboração para a Folha Online
O chado, como é chamada a cerimônia do chá japonesa, teve
início no século 15. Trata-se de um ritual para servir chá verde a convidados
que dura aproximadamente quatro horas e é tão minucioso que é considerado uma
representação artística e filosófica da cultura japonesa. O ritual foi trazido
ao Brasil em 1954 pela família Takeda que, atualmente, mantém o centro Chado
Urasenke de difusão da tradição.
O rito tem início em uma sala de espera, onde os convidados
devem se desligar dos problemas cotidianos enquanto aguardam o anfitrião.
Entre a sala de espera e o local onde será servido o chá
existe uma trilha de plantas, pedras e água corrente. Iuzo Takeda, da terceira
geração da família Takeda, explica que este trajeto é o início da
"passagem do mundo material ao espiritual". Na sala, os convidados
lavam mãos e boca em água corrente, para a purificar o corpo.
No tatame, os convidados recebem uma tigela de chá forte que
deve ser compartilhada por todos os presentes. Nesta cerimônia integrada à
filosofia budista, a passagem da tigela de mão em mão simboliza a igualdade
entre os homens e o respeito mútuo. Em seguida, um segundo tipo de chá é
servido.
Para Takeda, o chado é um ato de servidão. "O anfitrião
nunca bebe o chá."
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